Finalmente, parece que a núvem negra que tem pairado sobre Lisboa tem condições para desaparecer. Depois de ter sido maltratada pela generalidade das forças políticas, que por actos ou omissões contribuiram para o estado actual a que chegámos, existem condições - ainda que precárias e, necessariamente, difíceis - para, nem que seja lentamente, se reentrar nos eixos.
Pior é difícil (só não digo 'impossível' porque, quando se trata de mediocridade autárquica em Portugal, usar tal palavra é, no mínimo, pouco prudente). Por isso, o futuro há-de, certamente, ser melhor.
Lisboa merece muito mais do que se tem feito por ela. Lisboa não pode resumir-se a um estaleiro gigante e permanente, de obras de interesse real duvidoso. Lisboa não pode ser o paraíso da corrupção e da exposição absurda a interesses imobiliários mais do escandalosos. Lisboa não pode ser a capital da falta de ética e da sem vergonhice na sua versão mais pura.
Lisboa tem que ser a capital das pessoas - das que cá residem e das que, não residindo, dela usufruem. Para isso, há que devolvê-la aos que se interessam por ela. A quem seja capaz de a servir, ao invés de servir-se dela.
Votar, no dia 15 de Julho, é uma das maneiras de contribuir para uma Lisboa melhor.
Lisboa merece!